Saiu na segunda-feira, no caderno TEC, da Folha de S. Paulo, minha reportagem sobre a experiência de andar no “carrinho” sem motorista do Google.
Dá para ler a versão online aqui
Estava em San Francisco para cobrir o lançamento de novos produtos do Google, e a empresa me convidou para visitar a sede em Mountain View, no Vale do Silício, e dar um rolê no protótipo que eles começaram a rodar nas ruas faz alguns meses.
Além do protótipo, o da foto acima, também andei no Lexus modificado pelo Google. A diferença é que andei no Lexus pelas ruas de Mountain View e no protótipo foi num estacionamento a céu aberto, num ambiente super controlado e, portanto, meio ‘fake’.
No protótipo, parecia que estava num brinquedo da Disney ou num grande carrinho de controle remoto. É tão surreal que parece de mentira. Do meu lado estava outro jornalista e, num certo momento, até esquecemos da ‘novidade’ e conversamos banalidades (ele era de Detroit e nunca foi ao Brasil).
Mas o protótipo é algo apenas para testes, que o Google construiu do zero para entender melhor como funciona um carro sem motorista. Segundo Chris Urmson, diretor do projeto, o protótipo de design tão bacana não deve ser produzido em grande escala.
“Não pretendemos virar uma fabricante de automóveis”, disse Urmson. “Estamos trabalhando para ver quem serão os parceiros certos. O protótipo é uma grande ferramenta para aprendermos a lidar com a tecnologia e ajudar a introduzir a ideia.”
Já o Lexus, foto acima, é algo mais verdadeiro. Em 2011, eu já tinha andado num Toyota Prius modificado pelo Google, durante a cobertura do TED em Long Beach. Cheguei até a escrever e fazer um vídeo para a Folha.
Em 2011, num estacionamento, o carro saiu na maior velocidade fazendo altas curvas e gritando o pneu. Desta vez, nas ruas de Mountain View, nada de manobras arriscadas, segurança em primeiro lugar sempre.
Para entender mais, leia minha reportagem da Folha desta segunda-feira.
Também estava lá quando a presidente Dilma deu um rolê no Lexus, ao visitar a sede do Google. Ela também ficou bem impressionada. Leia aqui
PARA ENTENDER COMO FUNCIONA
Jaime Waydo, que trabalhou 16 anos nos projetos de Marte da NASA, é engenheira de sistemas do programa do carro autônomo do Google e explicou seu funcionamento:
Sobre-humano
Lasers, radares e câmeras conseguem ‘enxergar’ 360 graus (contra 120 graus de um motorista) e ver de perto uma distância de até dois campos de futebol. “O carro pode escanear o mundo muitas e muitas vezes por segundo e reconhecer centenas de objetos ao mesmo tempo”, diz Waydo.
Direção defensiva
O carro está programado para reagir de forma extra segura. Exemplo: quando na frente da fila, o carro espera 1 segundo e meio antes de seguir em frente após o farol ficar verde, evitando acidentes com gente que passa no vermelho. “Acidentes deste tipo sempre acontecem no primeiro segundo. Então tomamos uma precaução”, diz.
Redundância de sistemas
Como o carro foi construído do zero pelo Google, medidas inéditas foram tomadas. Por exemplo, há redundância de quase todos os sistemas. Se o freio primário falhar, o carro automaticamente usa seu sistema secundário. “Você nem vai perceber”, diz. “Isto nos permite poder falhar com total segurança.”
Proteção fora e dentro
Waydo experimentou uma série de materiais diferentes para garantir mais proteção. O “nariz” do carro é feito com uma nova espuma tecnológica, enquanto o pára-brisas é flexível. “Num carro normal, algo que pode realmente te machucar é a direção. Nosso veículo, temos um espaço vazio, o que o faz muito mais seguro”, diz.